sábado, 25 de abril de 2015

Encontrando o caminho

...Ao olhar a janela exibindo seus finos filetes de luz no teto corre para ela com a intenção de abri-la reunindo forças se coloca diante dela mas não consegue, nos seus braços não há força, os ferrolhos estão emperrados ele então toma a direção da escada e ainda meio cambaleante sobe a escada esfregando seu corpo pela parede ao chegar no hall percebe que todas as portas estão fechadas, bate de maçaneta em maçanete mas é em vão, as portas não se abrem ele debruça no parapeito da escada já sem forças fecha os olhos se assenta com o rosto no balaústre e como se dormitasse ouve passos na escada, vozes de crianças, patas de cachorro, cheiro de um forte tempero, uma risada gostosa que costumava alegrar seu coração. Nesse momento ele tem medo de abrir os olhos pois parece que a vida havia voltado. Num misto de sonho e realidade ganha coragem e percebe que tudo estava no lugar, as crianças corriam, as janelas estavam abertas não havia poeira nem lençóis que cobriam os móveis, ela estava lá! Nunca havia saído, apenas ele que não pertencia mais aquele mundo. Havia atentado contra a sua própria vida, roubado algo que não era seu, abriu mão daquilo que recebeu de graça. Ele não resistiu a vida, mas a vida apesar de tudo resistiu a ele, perdeu tudo em um momento de desespero e percebeu que apesar dele, a vida sempre continua.

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